quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Lagoas de Estabilização

Uma boa opção para locais onde não possui sistema de esgotamento sanitário que tem destinação final no mar são as Lagoas de Estabilização.
 
As lagoas de estabilização constituem um processo de tratamento de esgoto que aproveita fenômenos naturais, sendo mais indicadas para regiões de clima tropical. Neste sistema a estabilização da matéria orgânica é realizada pela oxidação bacteriológica e/ou redução fotossintética das algas.
 


As lagoas de estabilização apresentam excelente eficiência de tratamento. A matéria orgânica dissolvida no efluente das lagoas é bastante estável, e a DBO geralmente encontra-se numa faixa de 30 a 50 mg/l, nas lagoas facultativas (havendo-se uma separação de algas, esta concentração pode reduzir-se para 15 a 30 mg/l).



Atualmente se aceita que as lagoas devem cumprir dois objetivos principais: a prote ção ambiental, e neste caso tem em vista principalmente a remoção da DBO ou da DQO; e a proteção da saúde pública, visando a remoção de organismos patogênicos.


De acordo com a forma predominante pela qual se dá a estabilização da matéria orgânica, as lagoas costumam ser classificadas em:
  • Lagoas anaeróbias: Onde predominam processos de fermentação anaeróbia; imediatamente abaixo da superfície não existe oxigênio dissolvido. Na verdade tudo se passa como num digestor anaeróbio ou numa fossa séptica. Ocupam áreas menores que as lagoas facultativas, mas têm eficiência mais baixa na remoção de DBO. A profundidade fica em torno de 2,0 a 5,0 metros.
  • Lagoas facultativas: Nas quais ocorrem, de forma simultânea, processos de fermentação anaeróbia, oxidação aeróbia e redução fotossintética. Há predominância de decomposição anaeróbia, devido ao depósito de lodo no fundo. A zona aeróbia situa-se na parte superior, e na zona intermediária encontra-se a camada facultativa. Sua profundidade varia normalmente entre 1,0 e 2,0 metros.
  • Lagoas aeradas: É uma modalidade do processo de tratamento por lagoas onde o suprimento de oxigênio é realizado artificialmente por dispositivos eletromecânicos com a finalidade de manter uma concentração de oxigênio dissolvido em toda ou quase toda parte da massa líquida, garantindo as reações bioquímicas que caracterizam o processo. Devido o menor tempo de detenção proporcionado pela aeração artificial, a área ocupada chega a ser até cinco vezes menor que as lagoas facultativas. O lodo biológico que sai juntamente com o efluente das lagoas aeradas precisa ser retido antes do lançamento no corpo receptor, utilizando-se para isso uma lagoa de sedimentação de lodo. Esta segunda unidade tem por objetivo a retenção e digestão do lodo efluente
    da lagoa aerada.
  • Lagoas de maturação: São unidades dispostas após a lagoa facultativa, com o objetivo, principalmente, de aumentar a remoção de organismos patogênicos, através da ação dos raios ultravioletas do Sol. Também reduz sólidos em suspensão, nutrientes e uma parcela de DBO. Algumas estações de tratamento contam com várias lagoas de maturação, dispostas em série após a lagoa facultativa. Com adequado dimensionamento podem ser conseguidas remoções de coliformes maiores que 99,99%.


Esquema representativo de lagoas de estabilização
 

 











As condições projeto, operação e manutenção das lagoas de estabilização devem ser conduzidas de forma criteriosa, pois caso deixe de existir o equilíbrio entre as condições locais e as cargas poluidoras, os inconvenientes dos processos aparecerão: exalação de mau cheiro, estética desfavorável, DBO efluente elevada, coliformes fecais em excesso, mosquitos, etc.

Como as lagoas abrangem normalmente áreas extensas, as conseqüências do mau funcionamento podem atingir grandes comunidades, principalmente em relação ao mau cheiro. Isto seria péssimo, pois comprometeria o processo de tratamento de esgotos sanitários por lagoas perante a opinião pública.

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